Matilde por Leonardo Cribari

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Você tem uma amiga Jornalista?





Pois, queridos, lhes digo, é maravilhoso!
Vou explicar:
Sabe naqueles momentos que você sabe que está fazendo uma besteira, das grandes, mas que você mesma esconde os indícios? Se você tem uma amiga Jornalista, você pode até esconder de você mesmo, mas dela nunca!
E é aí que entra todo o lado bom da coisa.
Ela consegue fazer de sua grande besteira um texto com começo meio e fim, e ainda lhe justifica as opiniões.
Está achando ruim! Que nada experimenta! Você vai ver como fica mais fácil o entendimento das coisas depois que ela apura os fatos, quantifica as corrente científicas do assunto, emite sua opinião ( que sempre será incisiva!), que se for de encontro a sua grande vontade de mesmo depois de concordar com ela, continuar e meter os pés pelas mãos, ela lhe dirá: Tudo bem, lhe entendo...Estou aqui se as coisas apertarem!
Você já leu um livro sem nunca ter aberto a primeira página dele?
Se você tem uma amiga Jornalista, você lerá.
Foi assim com Madame Bovary.
Encantei-me com as noites de conversas pelo mensage,ouvindo a história, concisa, objetiva e que me deu tanto prazer em conhecer!!!!
Ou seja, em alguns minutos de uma noite, fiquei intima de Emas, Leons, Rodolphos, Carlos e ainda me metia na narrativa, querendo que a história fosse para o rumo que eu desejava!
Platão então nem se fala...
Já passamos algumas noites a discutir sobre o tal moço e um de seus discursos.
Quando eu me imaginaria discutir Platão?
Com minha amiga Jornalista isso é possível!

Amiga Jornalista, que seria dos periódicos de minha vida, sem ter você por perto!!!!
Não desista, siga em frente, pois as borboletas estão em pleno vôo , e quando a primavera chegar elas lhe trarão todas as novas cores que esperas.
Basta acreditar e continuar sendo quem você é.




domingo, 29 de abril de 2007

Falando por mim

SONETO DA FIDELIDADE
Vinícius de Moraes
Estoril, outubro de 1939

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Meu Capitão


Espero meu Capitão.
Plantada na beira de um cais, olhos protegidos do sol, vento na cara,
mão na cintura para ter postura de agüentar o tempo de espera.

Meu Capitão foi ao mar.

Conheci meu Capitão num dia de magia.
Na hora do lusco-fusco.
Primeira impressão – Um sorriso.
Depois encantamento!

Derreti feito gelatina.
Não sabia o que fazer com gestos e palavras,
Fiquei boba.
Apenas encantamento.

Dancei uma dança de carinhos nas costas
Toque na pele
Mão no bolso

E quanto mais me encantava, mais derretia e boba ficava!

Meu capitão foi ao mar.
E eu aqui continuo a esperar.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Com Neruda


O dia amanhece morno.
Nem triste, nem alegre. Apenas morno.
No meu momento, faço de tudo para alterar o termômetro. Tornar o dia alegre, satisfatório, determinado, corajoso.
Refaço exercícios, reforço pensamentos, reedito emoções.
Morno, melancólico, saudoso de uma saudade não vivida, escondida, esperançada.
Coragem! - Digo.
Levanto, e começo o dia.
Vou à varanda, e percebo coisas onde antes não via.
Vou à outra janela. Norte/sul.
Caminhos distintos.
Tenho que sair. Vou cumprindo tarefas cotidianas.
Mas ao acaso, ao acaso? Descubro-o, me esperando numa esquina. Disfarçado, perdido no meio de tantos outros. Algo me chama atenção.
Fui até ele, ainda sem saber o que esperar.
Grande sorte a minha!
Volto ansiosa para casa.
Mas que depressa desfaço pacotes.
Abro com urgência suas folhas.
Troco de nome.
Por momentos de uma página de livro, passo a me chamar Matilde, e ele Neruda.
Transporto-me para uma varanda, com um por de sol, vinhos, conversas, redes e ele, ali deitado ao meu colo, falando ao ouvido.
Eu Matilde, Ele Neruda.